Durante o I Simpósio de Neuro-Oncologia do Norte Fluminense, realizado em Campos dos Goytacazes, no fim de outubro, o neurocirurgião Fabrício Zacarias destacou a importância das novas tecnologias no diagnóstico e tratamento de tumores cerebrais metastáticos. Ele ressaltou que avanços em exames de imagem e diagnósticos genéticos possibilitam tratamentos personalizados, enquanto técnicas neurocirúrgicas menos invasivas e terapias adjuvantes aumentam a qualidade de vida dos pacientes. O neurocirurgião destacou a relevância do evento científico na cidade para fortalecer a troca de conhecimentos na região.
O senhor moderou o módulo “Tumores metastáticos para parênquima cerebral” no Simpósio de Neuro-Oncologia em Campos. O que pode comentar a respeito do tema?
As metástases são células de tumores originários de algum órgão que se deslocam através da corrente sanguínea, se fixam e se desenvolvem em órgãos distantes, formando novos tumores. Nesse tema, falamos dessas lesões que se desenvolvem secundariamente no cérebro. Entre eles, os cânceres de pulmão e de mama são os que têm maior probabilidade de levar ao desenvolvimento de metástases cerebrais. E por serem tipos de tumores frequentes na população, este é um tema de grande relevância.
Qual a importância de um evento desse porte para a cidade, a região e a comunidade científica?
Esse primeiro Simpósio de Neuro-Oncologia é uma iniciativa importantíssima do Grupo IMNE, principalmente dos colegas oncologistas e radiologistas do Hospital Dr. Beda. É um evento com a participação de médicos de especialidades diferentes, de cidades diversas, para discutir temas da área. Trata-se de uma troca de experiência incrível, que vai ajudar na expansão do conhecimento de todos, ouvintes e palestrantes, e nos proporcionar aprimorar o tratamento dos pacientes.
Como avalia a questão da tecnologia atualmente para diagnosticar tumores?
Hoje, o principal avanço no diagnóstico precoce dos tumores está nos exames de imagem, cada vez mais sofisticados e detalhados, e também no diagnóstico genético. Este último nos mostra, entre outras coisas, características daquele tipo de tumor e ajuda a prever como ele vai se desenvolver naquela pessoa em especial, além de indicar qual é o melhor tratamento para cada tipo de tumor.
Pode comentar algo que considere relevante a respeito de sua área médica no momento?
A neurocirurgia tem evoluído com técnicas cada vez menos invasivas para o tratamento de lesões tumorais do sistema nervoso central, como o uso de microscópios cirúrgicos avançados e técnicas endoscópicas, que permitem a retirada de tumores em áreas de difícil acesso tanto no cérebro quanto na coluna. Essas técnicas, junto com terapias adjuvantes como radioterapia e quimioterapia, estão aumentando muito o tempo e a qualidade de vida dos pacientes oncológicos.
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