A neurorradiologista Adriana Melo atua no Hospital Dr.Beda, BedaImagem e Clínica Excelência. Durante o I Simpósio de Neuro-Oncologia do Norte Fluminense, realizado no fim de outubro em Campos dos Goytacazes, ela proferiu palestra e participou de debates com diversos especialistas da área. Nesta entrevista, Dra.Adriana discorre sobre os temas abordados no evento científico que reuniu diversos profissionais médicos renomados e pesquisadores, além de estudantes de Medicina.
A senhora fez palestra no módulo “O que há de novo em Neuro-Oncologia”. Seu tema foi “Classificação WHO 2021 dos tumores cerebrais e implicações no diagnóstico por imagem”. O que destacaria como “novo”?
Minha apresentação sobre a “Classificação WHO 2021 dos Tumores Cerebrais e Implicações no Diagnóstico por Imagem” destacou a atualização mais recente da Organização Mundial da Saúde. Um dos aspectos mais inovadores dessa classificação é o aumento da importância de dados moleculares e genéticos no diagnóstico, além dos achados tradicionais de imagem e histopatológicos. Isso significa que a combinação de biomarcadores genéticos e características radiológicas nos permite oferecer diagnósticos mais precisos, prognósticos mais adequados e, consequentemente, um tratamento mais personalizado para cada paciente.
A senhora é neurorradiologista e atua no Hospital Dr. Beda, BedaImagem e Clínica Excelência. Como observa a tecnologia em atividades para auxiliar no diagnóstico de tumores?
A tecnologia tem revolucionado o diagnóstico de tumores cerebrais, especialmente na neurorradiologia. Com o avanço da ressonância magnética funcional, espectroscopia e técnicas de perfusão, podemos obter representações detalhadas da atividade metabólica e vascular dos tumores. Além disso, a evolução dos métodos de inteligência artificial (IA) está se tornando cada vez mais relevante para a análise de imagens, auxiliando na detecção precoce e na caracterização dos tumores com maior precisão e rapidez. Também falamos sobre isso.
Ter esse evento em Campos dos Goytacazes e poder contar com pesquisadores e médicos de renome é importante para a comunidade científica de que maneira?
Organizar o I Simpósio de Neuro-Oncologia em Campos dos Goytacazes é um marco para a nossa região. É uma oportunidade única de reunir especialistas de renome, que compartilharam conhecimentos de ponta com profissionais locais. Isso não só fortalece a rede de colaboração entre médicos e pesquisadores, como também destaca o Norte Fluminense como um polo emergente no campo da neuro-oncologia. A troca de experiências e a atualização científica são fundamentais para o avanço da nossa prática clínica.
O que poderia destacar ainda sobre sua área no I Simpósio?
Acho que vale destacar a importância da multidisciplinaridade no tratamento dos tumores cerebrais. No simpósio, tivemos a oportunidade de unir a discussão entre neurorradiologistas, neurocirurgiões, oncologistas, patologistas e outros especialistas para uma abordagem integral do paciente oncológico. O avanço no diagnóstico por imagem é apenas uma parte desse processo. O tratamento de excelência depende de uma atuação conjunta e coordenada entre diferentes áreas, e eventos como este são essenciais para fortalecer essa colaboração.
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