Apoio psicológico às pacientes com câncer de mama promove o resgate da autoestima

Psicóloga Fernanda Barros

Atuando há cinco anos como psicóloga no OncoBeda, Fernanda Barros, destaca a importância de um suporte psicológico contínuo para pacientes oncológicos, desde o diagnóstico. Com sete anos de experiência na área, a profissional observa que o impacto emocional do câncer traz mudanças significativas na vida dos pacientes e em suas relações familiares. Esse acompanhamento psicológico, segundo ela, é fundamental para ajudar o paciente a enfrentar a doença e suas consequências.

No caso de mulheres diagnosticadas com câncer de mama, a psicóloga ressalta o desafio da preservação da identidade feminina, frequentemente afetada pelo tratamento. “As pacientes podem sofrer com a sensação de perda da identidade feminina. Isso ocorre, em parte, pelas mudanças físicas advindas dos tratamentos, como cirurgias e seus efeitos colaterais — queda de cabelo, alterações hormonais e perda de pelos. Esses fatores, embora comuns, impactam diretamente a autoestima e podem aprofundar o sofrimento psicológico”, explica.

A psicologia, neste contexto, atua para facilitar o enfrentamento da doença. “As reações variam de acordo com o momento de vida, contexto social, cultural e a presença ou não de espiritualidade. A abordagem psicológica se adapta às especificidades de cada paciente, buscando oferecer um espaço de acolhimento e compreensão que respeita essas individualidades”.

Ainda de acordo com Fernanda Barros, é preciso lembrar a importância do trabalho em equipe no tratamento oncológico. “Não lidamos somente com o impacto emocional do câncer; precisamos reconhecer a necessidade de um trabalho integrado. A multidisciplinaridade entre psicólogos, médicos e outros profissionais de saúde é essencial para atender o paciente de maneira completa, considerando todas as suas necessidades”.

Fernanda Barros acredita que ainda há um estigma a ser superado em relação ao câncer. Embora a doença seja vista como uma ameaça à vida, ela defende que o tratamento, seja ele curativo ou paliativo, pode oferecer esperança e qualidade de vida. “É importante desmistificar esse estigma. Nenhum tratamento precisa ser enfrentado sozinho. O suporte psicológico é uma ferramenta crucial para fortalecer pacientes e seus familiares, ajudando-os a encarar o câncer com mais segurança e resiliência”, finaliza.

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