
Um projeto inovador vem transformando o tratamento oncológico na Unidade 2 do Hospital Dr. Beda e no OncoBeda. Desde março, pacientes que recebem quimioterapia passaram a contar com sessões de fisioterapia realizadas durante a infusão dos medicamentos. A iniciativa, coordenada pelo fisioterapeuta Pedro Henrique Monteiro em parceria com a Universidade Estácio de Sá, envolve acadêmicos da área e tem como foco a educação em saúde e a promoção do bem-estar físico, cognitivo e emocional dos pacientes.
“A proposta é trabalhar a atividade física como aliada durante o tratamento oncológico. Atendemos esses pacientes ainda na sala de infusão, com exercícios de baixa intensidade que ajudam a reduzir a fadiga, minimizar efeitos colaterais da quimioterapia e de outros tratamentos combinados”, explica Monteiro.
Os atendimentos acontecem todas as quartas-feiras pela manhã, com uma média de 10 a 12 pacientes. A equipe realiza avaliações individuais para adaptar os exercícios às condições clínicas de cada pessoa. O projeto também conta com o apoio do Serviço de Enfermagem, que ajuda na triagem e na sinalização de possíveis contraindicações.
Mais do que o cuidado físico, a proposta amplia o acolhimento emocional. “Durante o tempo de infusão, que pode durar horas, conseguimos atuar não só com exercícios físicos, mas também com atividades cognitivas e comportamentais, sempre com foco na melhoria da qualidade de vida”, acrescenta o coordenador.
Segundo ele, a atividade física é essencial em todas as fases do tratamento oncológico. “O paciente pode apresentar fadiga intensa, perda de força, de massa muscular, alterações respiratórias. Incluir o movimento na rotina é uma forma de combater esse quadro e evitar declínios funcionais mais graves.”
Além da atuação no ambiente hospitalar, o projeto incentiva a continuidade das práticas em casa. “Esse é um trabalho de educação em saúde. Orientamos que as atividades físicas não se limitem ao momento da quimioterapia, mas façam parte da semana inteira do paciente”, reforça Pedro Henrique.
O projeto é considerado pioneiro na região e vem se destacando por proporcionar acolhimento, movimento e esperança a quem enfrenta o desafio do câncer.