O Centro Nicola Albano inaugura na quarta-feira (13), às 18h, uma nova unidade para oferecer apoio a mães de bebês internados na instituição em Campos dos Goytacazes. Trata-se da Casa Nicola Albano, situada a poucos metros do Hospital Dr. Beda. O objetivo é garantir conforto e atenção para as mulheres em situação de vulnerabilidade social, que moram distantes da unidade, e precisam estar perto dos filhos em tratamento intensivo. O projeto foi idealizado pela médica neonatalogista Laura Dias, diretora da instituição. A iniciativa faz parte das comemorações pelos 30 anos de atividades do Centro Nicola Albano na cidade.
De acordo com Laura Dias, muitas mães de bebês prematuros vêm de pequenas cidades ou lugares distantes da área central de Campos, onde funciona o Centro Nicola Albano UTI Neonatal e Pediátrica. Elas enfrentam dificuldades para estar próximas de seus filhos. A distância prolongada dos recém-nascidos tem impacto significativo na saúde de ambos, afetando o bem-estar físico e emocional da mãe e do bebê.
“Este projeto é movido por um sentimento de gratidão e compaixão. Temos a oportunidade de devolver não apenas a saúde, mas um pouco de conforto e acolhimento. Imagina a angústia de uma mãe, que deixa seu filho com desconhecidos e só pode visitá-lo esporadicamente. A Casa Nicola Albano pretende ser um apoio essencial para essas famílias”, comentou Laura Dias.
A Casa Nicola Albano pretende oferecer 12 leitos para que as mães de bebês e crianças internadas possam se hospedar. Caberá ao serviço social e de psicologia avaliar as condições de vulnerabilidade social das mulheres que não têm onde ficar durante a internação e tratamento dos filhos. “Nós queremos envolver a sociedade civil para que possa participar do projeto com doações ou ações voluntárias, pois toda forma de apoio é importante para manter o projeto ativo e eficiente”, explica Laura Dias.
Loyane Bernardino Simões e Leonardo Júnior, pais do recém-nascido David, lidam com desafios durante a internação do filho. Morando no distrito de Travessão, Loyane relata que precisa amamentar o bebê pelo menos três vezes ao dia. Ela conseguiu abrigo temporário na casa de uma conhecida. “Creio que a nova Casa Nicola Albano, voltada para hospedar mães de bebês internados, será um suporte essencial para muitas famílias, especialmente por reduzir os custos de deslocamento e alimentação”, diz Loyane. “Esse abrigo vai permitir que mães de regiões distantes possam estar presentes ao lado dos filhos. Isso ajuda tanto os bebês quanto os pais em momentos difíceis”, opina Leonardo.
Ações voluntárias, apoio e projetos sociais
A Casa Nicola Albano pretende reunir pessoas e profissionais voluntários que queiram ajudar de alguma forma as mães de bebês internados na unidade médica. Além dos quartos com camas e armários, o espaço também contará com ambientes voltados para terapias ocupacionais. A professora de artes Rita de Cássia Gonçalves é a primeira voluntária do projeto. “Acompanho esse sonho da Dra. Laura há mais de 15 anos. A UTI Nicola Albano é referência nacional com um dos menores índices de mortalidade infantil no país, refletindo a dedicação em cuidar tanto dos bebês quanto das mães. Este projeto traz renovação para minha vida ao ajudar de verdade essas famílias”, diz.
Para a psicóloga Glória Abreu, a inauguração da Casa Nicola Albano é um marco. ” Atender essas mães que precisam de apoio é uma grande conquista. A nova unidade proporcionará o acolhimento necessário para que elas possam enfrentar com mais força esse momento delicado com os filhos internados”.
A fisioterapeuta Maura Nogueira Cobra é docente no Programa de Residência Multiprofissional em Neonatologia do Centro Nicola Albano. “A iniciativa de trazer as mães para perto de seus bebês é um grande avanço. A presença materna facilita muito o projeto de aleitamento materno e contribui para o desenvolvimento saudável do bebê. É um apoio essencial. Este espaço será de grande valor para a formação de novos profissionais e para o acompanhamento do desenvolvimento das crianças após a alta. Queremos entender como elas evoluem após a UTI e fortalecer o vínculo mãe-bebê, unindo ensino, pesquisa e assistência”, conclui.
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