O auditório do Hospital Dr. Beda ficou lotado nesta sexta-feira (11) com colaboradores do Grupo IMNE que participaram da palestra “Atendimento humanizado ao paciente autista e suas particularidades”. A atividade foi promovida pelo BedaLab e teve como palestrante a médica pediatra Laura Mansur, especialista em Transtorno do Espectro Autista (TEA). A abertura do encontro foi feita pela diretora administrativa do Grupo IMNE, Martha Henriques.

A gerente administrativa do BedaLab, Ana Paula Neves, ressaltou a importância da iniciativa e destacou a necessidade de aprender a lidar com pessoas autistas, promovendo um ambiente mais inclusivo. “Quando surgiu a ideia, a doutora Laura logo abraçou a proposta. Espero que essa seja a primeira de muitas parcerias. É importante perceber que a inclusão é também o aprender a lidar com essas pessoas”, disse Ana Paula.
Pediatra com formação pela Faculdade de Medicina de Campos, Laura Mansur é pós-graduada em psiquiatria da infância e da adolescência, com especialização em desenvolvimento infantil e TEA. Professora de pós-graduação em autismo, ela afirmou viver o tema tanto na teoria quanto na prática. “É uma alegria poder falar sobre algo que eu vivencio todos os dias. Atendo crianças autistas e suas famílias, e compartilhar esse conhecimento é muito significativo pra mim”, declarou.
Durante a apresentação, a médica destacou que o diagnóstico do TEA deve considerar dois critérios obrigatórios: dificuldades persistentes na comunicação e interação social, além de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Ela também explicou que não existe uma única causa para o transtorno, mas fatores genéticos predominam, associados a possíveis influências ambientais. “Prematuridade extrema, uso de algumas medicações na gestação e até a icterícia neonatal são fatores de risco estudados atualmente”, disse.
Segundo Laura, o autismo não tem cura, pois não é uma doença, mas um transtorno do neurodesenvolvimento. “O que buscamos é o controle dos sinais e sintomas para garantir mais qualidade de vida à pessoa autista. O tratamento é individualizado, e falamos hoje em níveis de suporte — 1, 2 ou 3 —, que variam de acordo com a necessidade de cada indivíduo no cotidiano.”
A palestra foi recebida com entusiasmo pelo público, que pôde tirar dúvidas e aprofundar o entendimento sobre o TEA, reforçando o compromisso do Grupo IMNE com a humanização no atendimento e a inclusão de pessoas neurodivergentes.