O assunto que envolve arritmia cardíaca repercute nas mídias sociais e imprensa desde a morte do jogador uruguaio do time Nacional, Juan Izquierdo, no dia 27 de agosto. Cinco dias antes, o zagueiro de 27 anos desmaiou em campo na partida contra o São Paulo, pela Copa Libertadores, na capital paulista, e foi hospitalizado. Ele teve morte encefálica após uma parada cardiorrespiratória associada à arritmia cardíaca. Em Campos dos Goytacazes, os médicos cardiologistas Elias Yunes e Anny Azeredo, integrantes da equipe do CardioBeda, foram questionados sobre riscos, prevenção e tratamentos da arritmia cardíaca.
De acordo com o coordenador do CardioBeda, doutor Elias Yunes, as arritmias podem ser causadas por diversos fatores, incluindo doenças cardíacas (como insuficiência cardíaca e doença arterial coronariana); distúrbios eletrolíticos (como desequilíbrios de potássio, magnésio e cálcio); alterações na estrutura do coração (como hipertrofia, malformações congênitas); uso de substâncias (como cafeína, álcool e drogas ilícitas), e condições genéticas.
“O tratamento varia com base na causa e no tipo de arritmia. Pode incluir medicamentos antiarrítmicos, anticoagulantes (para prevenir trombos), procedimentos como a cardioversão elétrica, ablação por cateter, e, em casos graves, a implantação de marcapassos ou desfibriladores implantáveis. A cura depende da causa subjacente da arritmia. Em muitos casos, a arritmia pode ser controlada ou eliminada com sucesso. Os tratamentos mais comuns incluem medicamentos para controlar a frequência e o ritmo cardíaco; ablação por cateter, procedimento minimamente invasivo para eliminar o foco da arritmia no coração; implantação de marcapasso ou DCI para regular o ritmo cardíaco ou corrigir arritmias graves”, explica o cardiologista.
A médica cardiologista Anny Azeredo destaca que as as arritmias podem acometer qualquer pessoa, independente da faixa etária. “Até mesmo recém-nascidos. Existe uma parcela de indivíduos com arritmias congênitas que costumam se manifestar na infância e adolescência. Entretanto, a incidência aumenta com a idade pelo fato da maior existência de doenças relacionadas como hipertensão, diabetes, aumento do colesterol, obesidade, tabagismo, distúrbios do sono. Essas comorbidades agregam risco, diretamente ou não, para a ocorrência das arritmias. Além disso, os idosos estão mais sujeitos a processos degenerativos, que também acometem o sistema elétrico do coração e podem gerar distúrbios do ritmo cardíaco”, cita.
Prevenção
As arritmias que não apresentam causa congênita/genética podem ser complemente prevenidas por um estilo de vida saudável que englobam alimentação equilibrada, atividade física regular, sono adequado, não fumar e evitar abuso excessivo de álcool. “Arritmia é um termo muito amplo. Existem vários tipos, dentre elas benignas e malignas. As benignas, felizmente são as mais comuns. É importante atentarmos quanto aos sintomas que possam indicar gravidade como, dor no peito, falta de ar, desmaios principalmente quando relacionados ao esforço físico. Vale ressaltar também que a existência de uma história familiar prévia de morte súbita, principalmente em indivíduos jovens, é um sinal de alerta para a existência de arritmias de caráter genético, sendo fundamental a avaliação dos parentes de primeiro grau, mesmo que assintomáticos. As principais causas de arritmia que ocasionaram morte súbita no atleta incluem a cardiomiopatia hipertrófica, doença coronariana e a miocardite, entre outras.”, diz Anny Azeredo.
O Cardiobeda dispõe de cardiologistas capacitados, incluindo uma especialista em arritmias cardíacas, além de oferecer os exames complementares necessários para um diagnóstico preciso. “Orientamos sobre o tratamento, monitoramento contínuo e educação para o controle e acompanhamento do paciente com arritmia. O mais importante é a conscientização sobre a importância da saúde cardíaca. A tecnologia tem avançado significativamente na área de arritmias cardíacas. Dispositivos como monitores de ECG e smartwatches com recursos de monitoramento cardíaco podem ajudar na detecção precoce e no acompanhamento das arritmias, facilitando a identificação e a intervenção oportuna”, conclui Elias Yunes.